domingo, 27 de fevereiro de 2011

Pra que simplificar se agente pode complexificar

 
Nós sabemos que as instituções brasileiras são burocratizadas e complicam desnecessariamente. Mas sem um referencial para comparação, fica até parecendo que é normal. Estou a mais de um ano aqui e ainda me surpreendo com a simplicidade, agilidade e eficiência de alguns serviços daqui. Vou começar pelo fim, por um exemplo que me ocorreu recentemente.
Missão: Pagar l'immatriculation/equivalente ao licenciamento do carro e renovar a Carte Soleil de l'Assurance Maladie/carteira do plano de saúde público.Não poderia pagar l'immatriculation pelo meu banco, por isso que contei como tarefa dupla.
O que é que a minha cabeça acostumada com os estressantes procedimentos brasileiros pensou: Primeiro de tudo, vou ter que fazer isso em horário de expediente. Segundo, vou ter que gastar um tempão, incluindo uma fila. Terceiro: Vou ter que juntar uma pilha de documentos.
Pois bem: o CAA (não são os Alcoólicos Anônimos Canadenses!) é um agente autorizado do SAAQ, o "Detran" daqui, e eles ficam abertos até certa hora da noite no Shopping Place de la Cité. E o SAAQ vai repassar os dados para a Régie de l'Assurance Maladie, que é outro órgão do governo. Terminado o expediente, peguei o metrobusão na esquina, fui sentadinho e parei lá em frente. Chegando lá, tinha duas atendentes e ninguém para ser atendido. Ops! Tinha eu! Eu precisei de uma tonelada de documentos: A própria Carte Soleil e a carteira de motorista. Isso parece óbvio, mas o Detran do Ceará não aceitou a própria carteira emitida por eles como CPF. Voltando para o norte, a foto foi tirada na hora que é bem comum. Quanto tempo para isso tudo? Te garanto que não foi mais que 5 minutos!
Agora generalizando: Para que uma carteira de identidade, CPF, título de eleitor, carteira de motorista, alistamento militar e comprovante de residência? Façamos o mapeamento entre os documentos do Brasil e do Canadá:
Identidade: Carteira de motorista ou carte soleil;
CPF: É mais ou menos equivalente ao NAS/SIN, mas este só é usado em raras situações como emprego, abrir conta de banco, financiamentos, etc.
Título de eleitor: Ué! Pra que? Basta uma identidade para provar que eu sou eu! Me disseram que agora no Brasil o eleitor tem que mostrar o título de eleitor E a identidade para votar! Quack!!!
Carteira de motorista: A própria que, como a carte soleil, é de PCV rígido como um cartão de crédito;
Alistamento militar: Não tenho certeza, mas acredito que só vai para o Forces Canadiennes, o exército daqui, quem quer. Logo, também não precisa provar que você cumpriu a sua obrigação de passar pelo enchimento de saco muitas vezes constragedor do alistamento militar.
Comprovante de residência: Na única vez que precisei, o endereço que tem na carteira de motorista foi suficiente.
Só precisei de mais de uma cópia de um documento uma vez, nunca precisei tirar uma cópia autenticada, muitas vezes nem precisamos mostrar o original e teve ocasiões nas quais aceitaram documentos nossos em português sem tradução.
Fazemos seguro de imóveis e de carro por telefone e sem mandar nada! Recebemos o contrato por correios. A ideia básica é a seguinte: Se o contratante mentir em relação aos dados e o incidente acontecer, vão investigar, perceber a fraude e o lindinho vai ficar chupando o dedo. Buá!!!
Claro que tem horas que temos que virar traça e comer papel, mas os procedimentos do dia a dia tendem a ser mais simples.
O outro lado da moeda é que o complicado sistema financeiro brasileiro trouxe como consequência a sofisticação da sua informática como a criação do Sistema de Pagamentos Brasileiro que permite a TED (transferência eletrônica disponível) entre bancos em menos de meia hora. É frustrante descobrirmos que aqui só podemos transferir dinheiro do nosso banco para alguns outros conveniados. A limitação também acontece quando temos que pagar alguma conta. Depois percebi que a necessidade é menor. Aqui é comum pagarmos uns poucos centavos para enviar um cheque de pagamento por correios comuns. A agencia fica na esquina. Também recebemos cheques por correios, como é o caso da francisação. No caso do pagamento da escola, ponho o cheque em uma caixinha na porta da coordenação quando vou deixar a Lara e pronto. No caso do aluguel do apartamento é que é mais interessante. Teria que ir em horário de expediente à imobiliária, o que seria chato. Porém, graças à confiança que a cultura local nos dá, deixo logo cheques pré-datados para os próximos seis meses. Também os serviços como TV, Internet e celular estão programados para débito automático. Isso ajuda a ter um bom histórico de crédito por não ter atrasos. Nunca tive nenhum problema com isso tudo que relatei.
Para quem teve que juntar 495 gramas, 95 folhas e 20 metros de papel para o processo de imigração, até que foi uma boa surpresa. Já comecei a fazer a declaração de imposto de renda daqui. Sempre fiz o meu e de outros no Brasil (herança do meu pai) e agora vou ver se me viro sozinho com a versão nórdica. Daí vamos ver como esta fica em relação à brasileira. Sim! Claro que vou escrever uma postagem sobre isso quando terminar!

Conheça as cidades canadenses através de quem mora nelas: Edmonton por José Santos


Dando continuidade à série "Conheça as cidades canadenses através de quem mora nelas", temos agora o ponto de vista de José Santos sobre Edmonton, a capital de Alberta, a província do petróleo apelidada de Alberta Saudita.

http://immigrationcanadatips.com/immigrant-talk-jose-santos-from-edmonton/

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sistema de saúde canadense, parte II



Continuação da parte I.

O Davi teve a primeira tudite (sinusite, laringite, faringite, otite, enfim, tudo) em um ano aqui. Em Fortaleza ele tinha ao menos 3 por ano. Mas dessa vez, teve otite e começou a chorar forte. Era por volta de 22h30. Liguei duas vezes para o Info-Santé e só ficava na espera. Resolvemos tentar o centro de saúde próximo daqui e fui lá com ele. Quando me vi evitando escorregar no gelo, no frio, com o Davi pesando no braço, chorando de dor, rondando o centro de saúde que estava fechado, confesso que bateu um certo desespero. Em Fortaleza eu sabia exatamente aonde ir, para quem ligar e isso me pesou na consciência. Mas Deus providencia. Entrei no carro e enquanto me dirigia ao hospital que lembrei, liguei para o Info-Santé mais uma vez. Uma mulher me atendeu e expliquei a situação. Ela perguntou o código postal e disse que o CHUL tem um centro de emergência com pediatria. Nessa hora o Davi já havia parado de chorar.
Da triagem, passando por fazer a ficha até o atendimento, passaram-se cerca de 20 minutos, o que não é muito, principalmente considerando que já eram 23h00. A emfermeira fez as perguntas, analisou o Davi e deu uma dose de Advil, um analgésico para crianças com gosto de uva. Mostrei o analgésico que tinhamos dado e ela disse que o Advil era melhor para a idade dele. Me recomendou ter em casa e confirmei com ela que aqui em Québec não tem farmácia 24 horas.
Em seguida, ela explicou que o remédio faria efeito por 6 horas e recomendou que ele dormisse em uma cama inclinada. Ela disse que como o quadro clínico dele não era mais grave e que já estava tarde, não achava interessante que ficássemos esperando no hospital. Ela marcou um rendez-vous/horário em uma clínica para a manhã seguinte.
Já nessa clínica, o horário marcado era às 10h20.  Às 10h50 perguntei à atendente se tinha algo errado ou o atraso era normal. Ela disse que não deveria, mas era normal. No final das contas, o médico que atendeu estava em uma sala que tinha escrito sem rendez-vous. Diz uma amiga minha que é estranho porque quando ela ia lá não tinha atrasos. O médico fez umas brincadeiras com o Davi, foi super atencioso e passou um antibiótico. Agora ele está bom novamente e derrubando o apartamento. O condomínio todo sabe quando a família de brasileiros chega em casa.
Em matéria de saúde, recomendo ao imigrante se informar bem de tudo o que pode lhe ser útil. No mais, o bom mesmo é ter uma vida saudável, sem estresse, com uma boa alimentação e exercícios. Como diz o ditado: An apple a day keeps the doctor away/uma maça por dia mantém o médico longe. Lembrei de uma amiga brasileira que quando perguntei como era o sistema de saúde daqui, respondeu: -Não sei! Moro aqui há 10 anos e nunca precisei usar!

Parte III

Sistema de saúde canadense, parte I


Um ano e um mês e ninguém ainda tocou no assunto polêmico do sistema de saúde canadense, nem eu, nem vocês. É que nós ainda não tinhamos utilizado-o de forma mais ampla para poder expor uma opinião mais experimentada.
De antemão, adianto logo uma conclusão que tenho de diversas, longas e acaloradas discussões que pude observar sobre o assunto: Não se pode dizer que o sistema de saúde canadense é melhor ou pior que o brasileiro. Uma coisa posso afirmar: Não é igual!
Existem inúmeros fatores complexos que causam uma variação absurda na qualidade do serviço médico, tanto no Canadá quanto no Brasil. Varia de acordo com a cidade, a gravidade, o local do serviço, o horário, o dia da semana, a lua, sorte, azar, carma, etc. Tenho ouvido muitos relatos de ótimo a péssimo em ambos países. Inclusive, por exemplo, do sistema de saúde público de Palmas (TO) ser bom e de alguns planos de saúdes privados de renome em algumas cidades brasileiras serem péssimos. Enfim: É como querer comparar qual dos povos é mais bonito.
Dito isso, vale observar outro ponto. O sistema de saúde não é composto somente de hospitais e atendimento de emergência. Inclusive o conhecimento e a boa utilização dos recursos de saúde que temos afeta o resultado. Muita gente, por não saber, acaba tendo um tempo de espera maior que o necessário por estar no lugar errado. Aqui no Québec, o sistema começa pelo serviço Info-Santé, através do telefone 811. Eles dão desde orientações de como proceder em casos mais simples até qual o local mais adequado para irmos em uma emergência, baseando-se inclusive na nossa localização, problema e idade.
A Mônica estava com o punho doido por causa de uma queda de patinação e eu experimentei pela primeira vez o serviço. A atendente fez uma bateria de perguntas e chegou à conclusão de não se tratar de nada muito grave. Passou um analgésico e compressas de gelo, mas com um prazo de observação para, caso não melhorasse, que procurássemos um médico. Conto sobre a outra vez que liguei para ele mais à frente.
Outra porta de entrada do sistema de saúde são as farmácias. Os farmaceuticos daqui têm certa autonomia e resolvem os casos mais simples. Também sempre que compramos algum remédio com receita médica, eles dão uma explicação muito completa, inclusive com umas folhas de instruções. Eles servem também para nos dizer dentre os trocentos tipos de Tylenol, qual é o certo para a nossa situação. Tem deles cuja descrição é muito parecida com a de outros.
Subindo na escala, temos o médico de família. Ele é o clínico geral que, se necessário, nos encaminha para um especialista. Como o nome diz, ele atende toda a família e sob vários aspectos. É bom procurarem um após a poeira da chegada baixar. Muitos já vão estar fechados a novos pacientes. Tem deles que atendem somente com rendez-vous/horário agendado. Outros que atendem por ordem de chegada. No primeiro caso, em geral, espera-se dias ou até meses, mas o horário é definido. No segundo, bons minutos ou horas.
Subindo mais, temos as clínicas. Neste ponto, vale uma explicação. O sistema de saúde geral é público, enquanto que em algumas áreas é privado. Quem trabalha pode ter um plano privado para essas áreas não cobertas pelo plano público, como por exemplo: Dentista (tratamentos mais simples), oculistas, etc. Essa página da Regie de l'assurance maladie explica mais precisamente o que é e o que não é coberto. Os remédios são subsidiados pelo plano privado da empresa preferencialmente ou pelo plano público na ausência do primeiro.
E em instâncias mais graves, temos os hospitais. Estes funcionam por priorização. Se o caso for grave, o atendimento vai ser mais rápido. Se não for grave, pode demorar consideravelmente. Por isso que disse que vale a pena conhecer as alternativas para não perder horas desnecessariamente nestes. Um detalhe curioso é que quem chama a ambulância é que paga os custos dela. Se ligar para o 911 e este chamar a ambulância, é o governo quem paga-a.

Continua na parte II.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Carnaval 2011




Para quem não leu, nessa postagem eu descrevo em termos gerais o Carnaval de Québec de 2010. Dessa vez, vou deixar o vídeo e as fotos falarem mais que as minhas quilométricas linhas.
Queria, ou melhor, quero comentar apenas umas curiosidades do vídeo. A primeira cena foi acidental. A mulher que descia na tirolesa,  com medo da altura, segurou no cabo de aço. Muito provavelmente tenha tido orientações de segurança de não fazer isso porque pode machucar a mão. Mas, como o ser humano é capaz de fazer muitas besteiras, por medo ela o fez. Resultado? Ficou parada no meio do caminho e avançou puxando o cabo de aço veloz como uma tartaruga! Estava com medo e ficou ainda mais!
Na cena seguinte, a da corrida de cadeiras, tudo parece mil maravilhas, né? Não recomendo. Respirar ofegantemente no frio e com ar seco acaba a garganta e as narinas! Vou lembrar da próxima vez!
Nossa! Nem acredito que vou conseguir mais uma postagem curta! Mas isso porque uma imagem vale por mil palavras e um vídeo vale por mil imagens, desde que tenha ao menos 33,33... segundos a 30 quadros por segundo!





sábado, 19 de fevereiro de 2011

Vizinhos barulhentos

Não podia deixar de contar essa que acabou de acontecer. Estava eu até essas altas horas da madrugada pesquisando sobre os procedimentos de comunicação e declaração de saída definitiva da Receita Federal, incomodado com algo que acho extremamente chato: Barulho em plena madrugada. Uns adolescentes que moram no apartamento em baixo do vizinho receberam mais outros adolescentes em casa. Só que eles estavam com a porta aberta e entrando e saíndo do prédio, provavelmente para fumar. Sim! É proibido fumar dentro da caixa de fósforo! Tem detectores de fumaça. Como todo "bom" adolescente, eles falavam e riam alto.
Eu me senti de volta ao Brasil. Poxa! Uma das coisas que mais me irritavam no Brasil era justamente a falta de respeito aos outros. Será que vou ter que conviver com isso aqui também?
Eis que, para sair mais fumaça da minha panela de pressão Tramontina, a campainha toca bem alto no meio da madrugada! Ahh que ódio! Já estava carregando meu dicionário mental de palavrões québécois. Quando abro a porta certo de ser um dos chatos que errou de apartamento ou que veio pedir algo, dou de cara com três policiais! Acho que eles tocaram a campainha do apartamento de baixo e por estar com a porta aberta, deu a impressão de ser a do nosso apartamento. Um deles disse merci/obrigado não sei se para mim, achando que eu tinha acionado a abertura da porta do prédio ou para alguém do apartamento dos que de agora em diante vou chamar "carinhosamente" de meliantes!
Eu meio que ainda lezado e sem cair a ficha, fui olhar pela janela e realmente tinha uma super viatura da polícia em frente ao prédio. Voltei para a porta e entendi um policial repetir três vezes a palavra warning/advertência. Conversa vai, conversa vem em francês e inglês que eu não conseguia entender por ouvir baixo, eles agradeceram e foram embora.
Agora voltou a reinar o habitual "ensurdecedor" silêncio absoluto! Não se ouve nadica de nada devido ao isolamento térmico do apartamento.
Esse recurso de chamar a policia não funcionava, ao menos em Fortaleza. O meu pai se estressava (ou talvez ainda se estresse) com os lindinhos que usavam o famoso paredão de som de madrugada. Ele ligava para a polícia e eles tinham a cara de pau de dizerem para ele ir lá, se expondo a assaltos, pedir para baixarem o volume! Santa inutilidade, Batman! A propósito, queria agradeçer ao casal Tarcizo e Priscila por trazer e nos mandar uma rapadura e castanhas de caju de Fortaleza, e terem incluido safadamente como piada um cd da banda Aviões do Forró! AAAHHHH!!!!! Era o que completava o kit desaforo: 120 decibéis de madrugada e ainda forró! Isso sim eu me livrei de vez! Aqui a galera é metaleira (yeeeaaahhh!!!!) mas nunca ouvi som alto a ponto de incomodar.
Fica a dica: Se tiver um mala fazendo barulho, pode ligar para a polícia que eles vêm mesmo! Até porque, aqui em Québec eles não têm mesmo o que fazer! E também cuidado para não recebê-los como visitas inesperadas!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dicas de como fazer um curriculum vitae


Às vezes algumas pessoas me perguntam como fazer um cv/resume/currículo/curriculum vitae nos moldes canadenses. Eu fico meio sem ter como ajudar porque sem querer eu pulei essa etapa. O cv que fiz foi um exercício de francês que o professor Ruy passou e que ele pediu para eu enviar para uma oferta real de emprego. Pois não é que deu certo ainda estando no Brasil? Por causa disso, não estudei sobre o assunto nem sei dos detalhes.
Como acabei de ler no Immigration Canada Tips um artigo com dicas de como escrever um cv, acho que pode ser útil e resolvi divulgá-lo aqui.

http://immigrationcanadatips.com/warning-use-these-resume-writing-tips-at-your-own-risk/

Desfile de carnaval 2011

Revendo as fotos do desfile de carnaval do ano passado, percebi quão amadoras eram. Muitas delas estavam imprestáveis por estarem muito borradas devido à pouca iluminação. Estou tentando melhorar a forma de fazer com que vocês sintam como é a vida aqui. Para isso, estou lendo e pegando dicas de como fazer vídeos....ehh...digamos, que causem menos náusea! Digo isso porque recebi alguns feedbacks construtivos do tipo "Poxa cara! Tu roda demais essa câmera e eu quase vomito!".
Dessa vez eu registrei em vídeo mas devido a problemas técnicos, perdi alguns trechos. Também não fiquei feito bobo congelando os pés suados antes da hora porque agora eu sei que o desfile passa na esquina pontualmente às 19h08 conforme a placa! O mesmo dura 40 minutos. De qualquer forma, dá para sentir como é o desfile do carnaval de Québec. Não está perfeito mas acho que vocês não vão vomitar!
p.s. Para quem ainda não sabe, se deres dois cliques no vídeo, vai abrí-lo no Youtube. Neste, podes aumentar a resolução de 360p para 720p (High Definition) e visualizar em tela toda clicando no ícone no canto direito inferior.



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Pegue o 801 às 08h07


Com o referêncial que eu tinha, o sistema de transporte daqui de Québec é muito bom. Uma das coisas que eu acho fantástico é a pontualidade. Um benefício dela é nos programarmos para esperarmos menos na parada. Outra é poder fazer o planejamento do trajeto todo, levando em consideração a hora na qual vamos pegar e descer de cada ônibus. Melhor que isso, quem faz a programação para nós são os sistemas informatizados.
Até um tempo atrás, a única ferramenta que tínhamos era o Trajecto, da própria companhia de transportes daqui, a RTC. Ela não é ruim, mas tem limitações. Uma delas é que não funciona ao menos em alguns celulares, incluindo o meu. Outra é que ela é pouco interativa. Temos que fornecer os dados, apertar o botão e só então ver os resultados.
Mas recentemente, a RTC passou a trabalhar em parceiria com a Google para permitir que esta pudesse utilizar suas informações no Google Maps. Ganhamos em alguns pontos como ter acesso através de celulares (com direito a um aplicativo próprio para celulares, inclusive Symbian), em mais de um idioma e com uma visualização mais rica e interativa. Podemos arrastar e soltar os pontos de origem e destino que ele mostra o desenho do itinerário em tempo real. Isso nos permite de seguir a rota dos ônibus, entre outras vantagens. Entretanto, ele tem menos opções de pesquisa e não é tão atualizado em relação a desvios de rota. Aqui tem um comparativo de recursos entre os dois serviços complementares.
Segue aqui um exemplo de programação de ônibus de casa para o trabalho usando o Google Maps.