segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Imposto de renda


Se o animal que representa o imposto de renda brasileiro é o leão, o do imposto de renda canadense deve ser uma esfinge: corpo de leão e cabeça complicada de humano. Nem reclamo da mordida, que é um pouco menor que a do leão brasileiro, porque vemos todo o retorno dele até no lazer "gratuito". Mas quanto à complicação...

Tudo começou quando eu era pequeno e via o meu pai com folhas e folhas de declaração de imposto de renda e a calculadora de lado. Ele fazia a declaração dele e de mais outras pessoas por gosto. Quando chegou a minha vez de fazer declarações de imposto de renda, virei uma cópia do meu pai.

Chegando aqui, nada mais natural que querer fazer a minha própria declaração, mas tem boas diferenças. Primeiro que não existe declaração simplificada como no Brasil. A declaração é completa e com toneladas de campos. Para piorar, na verdade são duas declarações para duas agências diferentes: a federal e a provincial. Multiplicando por dois contribuintes, eu e a Mônica, viraram quatro declarações completas.

Mas tem o programinha para ajudar né, Paraíba? Sim, mas sou cearense! Tem gente que se decepciona quando vê que os programas de preenchimento da declaração de imposto de renda são pagos, enquanto que o da Receita Federal é gratuito. Na verdade, não é gratuito. É pago indiretamente via impostos. Em compensação, aqui temos diversidades de produtos que concorrem entre si para oferecer a opção mais facil de ser usada e que dá mais esclarecimentos em relação ao que temos direito de abatimento para maximizar o retorno. O que comprei funciona baseado em perguntas que são dirigidas de acordo com as opções de respostas que damos, como em uma entrevista. Usei o ImpôtRapide de luxe/TurboTax standard da Intuit que custou na época 20$.

Porém, mesmo com descrições bem mais explicativas do que o help do programa da Receita Federal, tudo aqui é diferente. Existem conceitos novos e termos específicos ou diferentes. Também, a primeira declaração tem que ser feita em papel, mas não precisamos preencher formulários porque o programa imprime tudo. A partir da segunda, podemos usar o programa para enviar via Internet.

Como eu mandei nos últimos dias de abril, pertinho do prazo final, demorei a receber minha restituição. A última delas aportou na nossa conta corrente no dia 15 de agosto. Mas dizem que depois da primeira, recebemos o dinheiro duas semanas depois de enviar, mesmo que seja feita nos primeiros dias do prazo e antes mesmo de abril.

Outra opção é usar o serviço gratuito de voluntários, mas somente para quem tem uma renda abaixo de determinado limite. Porém, eles não são profissionais da área e sim pessoas que têm experiência prática como eu vou ter daqui a mais umas declarações. Ganhando mais que esse limite, existem profissionais e empresas que cobram algo entre digamos 30 e 60$ para fazê-la. Além da praticidade e segurança em relação ao faça você mesmo, existe a possibilidade ou mesmo a tendência de termos um retorno maior quando feito por gente que conhece bem melhor as regras do jogo.

Guardem os recibos de serviços médicos, odontológicos, de garderie/creche, service de garde da escola, de camp de jour/colônia de férias e de recarga mensal de cartão de transporte! Sem eles, não podemos declarar e ter esses reembolsos!

No meu caso particular, eu gostei de tê-la feita eu mesmo porque tomei mais conhecimento de como funciona para tentar otimizar nossas ações e termos mais retorno. Também, como a nossa restituição somou 2800$, acredito que não tenhamos perdido nenhum dos recursos que tínhamos à nossa disposição, dada nossa situação. Mas sugiro que, a não ser que tenham muita paciêntia, tempo e gosto pelo assunto, contratem alguém para fazer a de vocês!

O leão morde, mas a esfinge além de morder, diz: decifra-me ou devoro-te!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Jeitinho brasileiro no Canadá


Esse texto do link é uma análise brilhante sobre o que está envolvido na cultura do jeitinho brasileiro e suas consequências, usando como contraponto a cultura canadense. Eu não conseguiria escrever tão bem quando o autor, por isso estou repassando-o aqui sem adicionar nada. Apenas um conceito que tenho que é pertinente ao assunto: Nos tornamos adultos quando seguimos regras porque temos a maturidade de entender o porque delas e não somente porque tem alguma autoridade que nos obriga a isso.

http://www.oitoronto.ca/17814/o-jeitinho-brasileiro-no-canada/

domingo, 11 de setembro de 2011


Eu me inscrevi no serviço Communauto, mas estava esperando uma primeira utilização dele para fazer uma postagem.  Mas como os nossos amigos de Montréal já escreveram uma postagem interessante, vou redirecioná-los para o blog deles. Assim vocês já podem tomar conhecimento.
Basicamente, é um serviço onde pegamos um carro em um dos inúmeros pontos espalhados na cidade e pagamos somente a utilização por blocos de meia hora.
Apenas duas observações muito importante que me decepcionaram muito mas não tiram a sua utilidade em situações mais específicas:
1) Só podemos nos inscrever no serviço com no mínimo um anos de histórico de crédito;
2) Temos que devolver o carro no mesmo ponto onde pegamos, ao contrário do serviço equivalente de bicicletas, o Bixi de Montréal.
Entretanto, continua sendo interessante para nós como segundo carro ocasional, já que não é interessante para nós ter dois carros.

http://indoemboahora.wordpress.com/2011/09/09/communauto/