segunda-feira, 5 de março de 2012

Tirando a neve, parte II

De tempos em tempos, eu gosto de mostrar o lado não tão "bonitinho" da vida daqui do Canadá. Faço isso para não ficar como uma propaganda enganosa. Mas o meu amigo Tarcizo fez um comentário justo: assim fica parecendo que todo mundo tem que fazer essa musculação de tirar a neve de casa. E pela pergunta que um leitor fez, também fica parecendo que isso é algo bem frequente. Por causa disso, resolvi dar mais esclarecimentos como um complemento.

Começando pelo começo. Quando chegamos aqui, é quase certo começarmos alugando um apartamento. Nesse caso, geralmente o déneigement/remoção de neve é responsabilidade do proprietário e o inquilino não precisa se preocupar com nada, a não ser não escorregar e cair quando colocar o pé fora da porta! Olhe que acontece!

Os que compram uma casa têm algumas opções. Uma delas é contratar uma empresa que faça o serviço. Pelo que sei, paga-se por inverno e o preço varia com a área. Alguns exigem que tiremos o carro antes (que pode ser bem cedinho!) para que o trator limpe todo o estacionamento, outros limpam apenas a entrada. Isso acontece, claro, quando temos um abrigo. Acredito que geralmente a parte da entrada da porta da casa até o estacionamento ou a rua fique por conta do proprietário mesmo, mas é a parte mais leve do serviço.

Os aposentados da rua de trás que gostam de ter alguma ocupação, mas não têm mais condições de encarar entre meia hora e duas horas (dependendo da casa) de serviço pesado, adoram usar suas soufleuses/sopradoras de neve. Uma vez, vi um deles limpando mesmo a rua até a casa de frente. Mas não são só eles que usam soufleuses. Quem não gosta da "brincadeira" ou não tem tempo a perder com o serviço, fazem essa opção de bom custo benefício. Uma soufleuse potente, de boa marca e com bons recursos pode começar na casa dos 500$. O investimento se paga em poucos invernos. Rapidinho e quase sem fazer força, ela joga a neve toda para onde quisermos. O motor a gasolina a faz andar e ainda tem marchas para controlar a velocidade.

Já a galera da minha rua, que foi aberta em 2006, é jovem, disposta e ativa ou.... gastaram o dinheiro com outra coisa! Eu me incluo em ambos os casos. A maioria se diverte tirando a neve como eu. Bom, se eles não se divertem aí fica ruim!

Outro detalhe é que nem todo mundo pode acordar mais cedo para remover a neve e tirar o carro. Eu sou um desses. Um carro pequeno pode facilmente ficar atolado na neve da saída caso neve muito. Mas eu tenho o trunfo de ter um quatre pattes/quatro patas (carro com tração nas quatro rodas). Meto a ré, vou embora e deixo para tirar a neve quando volto para casa.

E em relação à frequência, é bem irregular e depende de São Pedro. Já tive que tirar muita neve durante uma hora cada dia, por três dias seguidos. Mas depois disso, passaram-se umas três semanas sem cair um floco de neve. Também tem vezes que cai pouca neve e basta meia hora de trabalho.

Para terminar, achei esse vídeo que mostra alguns aspectos da neve do inverno: um homem usando uma soufleuse, o trator raspando a neve para a margem da pista e o conjunto trator-soufleuse e caminhões removendo a neve. Alguém perguntou se a rua não ficava estrangulada porque eu e os outros jogáva-mos a neve na rua. A nossa rua é mais larga justamente para isso. Mesmo com acúmulo, dá para passar um trator entre dois carros estacionados um em cada lado. Eu é que não arrisco deixar o meu nessas condições! E quando acumula, esse comboio passa removendo a neve. Por sinal, acabou de passar por aqui.

O chato é que esse vídeo começa logo assustando pois mostra a poeira da neve soprada pelo vento forte em um cenário nada acolhedor! E lá vamos nós novamente!



3 comentários:

  1. Olha aqui um vídeo do trator tirando a neve da entrada d casa do vizinho. O servićo custa em torno de 300-350 doletas por inverno.

    http://youtu.be/kn18kMEqchI

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  2. eu ainda moro em apto, entao nao me preocupo com isso ;-)
    mas temos que desenterrar o carro, que fica na garagem descoberta...

    aventuras hivernais :-)

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  3. Uma dúvida: com um transporte público tão bom, carro é mesmo necessário?

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