quarta-feira, 14 de julho de 2010

Festival d'Été




Malade!!!/Irado!!! 11 dias de shows de várias bandas, dentre elas, as atrações internacionais Iron Maiden, Dream Theater, Rush, Santana e Ramstein. Muita gente, muita energia, muito metal na veia (não confundam com véia!) e tudo isso por apenas 60$ + uma garrafa! Depois eu explico o lance da garrafa.
Quando eu tinha lá meus 15 a 16 anos, era fanzão do Iron Maiden e do Rush. Alguns anos depois, o Dream Theater. Quem é de Fortaleza sabe que esta não entra nas rotas das grandes bandas, logo, assistir shows de nossos ídolos era algo meio utópico, a não ser que pagasse para ir a São Paulo, por exemplo, para assistir ao show. No meu caso, estava já conformado que nunca teria esse privilégio.
Como diz a propaganda, realizar esses sonhos adormecidos desde a adolescência não tem preço!
Voltando ao show, choveu quase os dois shows todos, mas eu achei foi bom. Como vocês já sabem da postagem da canicule/onda de calor, aqui está fervendo. Ainda é meio esquisito para eu que cheguei no meio do inverno sair à noite de sandálias, bermuda e camisa. Levei o casaco de chuva, mas deixei-o amarrado na cintura para poder curtir a chuva. É uma filosofia que peguei desde quando encontrei a frase "Some people feels the rain, other just get wet"/Alguns sentem a chuva. Outros somente ficam molhados". Pois bem, lavei a alma!
Estou aqui há praticamente meio ano e ainda tive um bocado de choques culturais em uma só noite. Vi um policial derramando uma garrafa de bebida alcólica de uma mulher. Segundo o meu colega de trabalho que estava no show, é proibido beber em locais públicos. Eles são tolerantes a essa lei, mas se perceberem que está passando do ponto e que pode virar um problema, eles tomam. Se fizerem baderna, ai sim, a pessoa pode ser presa e enquadrada por essa lei. Dentro do imenso espaço de shows, no Plaines d'Abraham,  as pessoas podiam comprar e consumir bebidas. E até encontrei gente caido de bebada. Mas mesmo assim, três horas de shows, 80.000 pessoas (a cidade só tem 500.000!) e nenhuma confusão! Incrível! Por isso é que tinham até crianças e pleno show de heavy metal. Essa outra nem é choque cultural, apenas que eu não ia a estádios no Brasil para saber. Fui com uma garrafa de alumínio e tive que deixá-la na entrada. Pensei que fosse por causa do conteúdo mas a mulher me disse é que ela poderia ser arremessada. Ops! O ingresso ficou 9$  mais caro, mas está ainda muito barato.
E os choques continuam. Esperei até a lasanha ficar pronta, e sai sem tanta pressa, contando que o show ia atrasar ao menos meia hora. Que nada! Perdi meio show do Dream Theater!! Calvaire!!/$?%$#*@!! Meu colega explicou: O show tem que começar na hora porque tem que terminar na hora. Os moradores da região têm o direito de dormir! Ahh e aqui lembram também de quem quer dormir?!?! Aviso aos navegantes: Salle d'eau/Sala de água, mesmo que tenha os simbolozinhos padrão de banheiros, só serve para lavar as mãos e se pentear. O resto é nas cabines. Outra coisa legal é o lasse passer/deixa passar, que é um broche que tem uma luz vermelha piscando e que faz um efeito muito legal quando está escuro e vemos um mar de vagalumes vermelhos. Também igualmente interessante é o mega-telão imenso que tem mais longe do palco, além dos outros três, acho. O show correu risco de se cancelado se tivesse raios, mas São Pedro deu uma forcinha para que tudo desse certo e mesmo a volta para casa, que podia complicar por causa de tanta gente ao mesmo tempo, foi moleza. Afinal, o que são dois kilômetros para quem passou um bom tempo andando kilômetros na neve fofa com as botas pesadas todo dia?
Outra coisa que me surpreendi foi que o Bruce Dinkson, vocalista do Iron Maiden fala francês! E não é aquele lance de falar algumas frases decoradas. Ele conversou bem com o público. Só faltou avisarem para ele que aqui ninguém fala "irrrón medém" com a pronúncia afrancesada como na França. Aqui, em geral, se pronuncia as palavras do inglês em bom inglês. "Le cœur du metal canadien est au Québec!/O coração do metal canadense está no Québec!". Vocalista tem que fazer um marketingzinho sendo puxa-saco, né?
Foi bom descobrir que Québec, apesar de pequena, tem seu espaço nesta vasta América do Norte. Até porque é a capital da maior província em superfície e a segunda maior economicamente. Senão, ia dar trabalho para eu realizar mais esses sonhos. Se no show eu senti saudades dos cabelos até o meio das costas que cortei pouco antes de vir para cá? Sim! Claro! Mas mesmo assim pude gritar MetAAAAAAALLLLL!!!!





3 comentários:

  1. Alexei, meu querido, com esses vídeos e post vc vai matar o Bruno de inveja rsrsrsrs
    Feliz por saber que está dando tudo certo e que vcs estão bem. Isso é muito bom.
    Bjão para vcs

    Iúna

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  2. Xi! Tia! Diga a ele que não foi de propósito!
    Obrigadão!

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  3. Cara... o Bruce nao estava puxando o saco nao. A cidade aqui é a capital do metal do Canada mesmo, assim como Montreal é o centro do underground, e as cidades de Toronto e Vancouver tem suas identidades tb, porem mais pop. Ja Calgary...ai o negocio é peao de boiadeiro e coisas afins...hehehe.

    Vc curtiu o metal, e eu estava ali nos shows menores na rua Saint-Joseph, parc de la francophonie...underground pesado, bom, trabalhado e de otima qualidade!! O "Festival de E.T." desse ano foi o melhor dos ultimos 3 anos :) Menos shows, porem com mais qualidade como ja anunciavam os organizadores. E conseguiram!

    Abs e agora é esperar o festival do ano q vem... pq daqui ate la, a cidade vai ficar as moscas :/

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