domingo, 26 de agosto de 2012

Visitando o Brasil-A viagem de ida


Depois de dois anos e meio vivendo em terras nórdicas, fomos finalmente a Fortaleza, nossa terra natal, visitar a família e amigos nesse mês de agosto. Os quase 500$ que pagamos pelos 4 vistos deram um retorno econômico bem interessante. Compramos as 4 passagens em fevereiro pela United Airlines por 6.000$, enquanto que para o mesmo período pela Air Canada, esse custo subiria para 9.000$. Pas pire/nada mal como economia. O outro benefício foi reduzir o tempo total de 24 horas para algo entre 21 e 22 horas. Poderia ser 21 mas uma das conexões ficaria com tempo muito curto e arriscado.

No nosso pequeno mas aconchegante aeroporto de Québec chamado Jean Lesage, temos uma área de lazer para crianças com mini-escorregador, piso macio de E.V.A., pista de montar com carrinhos, fogãozinho e outros brinquedos. Não tenho certeza absoluta, mas acho que também tem wifi aberta e gratuita.

Chegando no aeroporto Newark, em Nova York (na verdade, em Nova Jersey), passamos pelos vários postos e etapas, com direito a coleta de impressões digitais e passar descalço, mesmo que não tenha nada metálico nos sapatos. Curiosamente, tinha um pombo andando pelo meio das pessoas de uma fila em pleno aeroporto estadunidense. Alguém pode ter a brilhante ideia de mandar um pombo-bomba que ele terá acesso privilegiado! Gruu... gruu... CABOOM!!! Lá, vi wifi somente pago. Uma coisa interessante é a aparente flexibilidade de idiomas dos atendentes. Teve deles que começou o diálogo em espanhol, mas mudou para o inglês quando viu que era a minha escolha. Inclusive, tudo é escrito em inglês e espanhol. Outra atendente ouviu a Mônica falando em francês com as crianças e começou a falar em francês conosco. O mais legal foi um que dava as direções segundo o caso específico de cada um. Quando respondemos sua perguntou de para onde iríamos, disse em português com sotaque: -Beleza! Bom dia! Muito obrigado!

O interessante mesmo foi quando chegamos ao terminal de embarque do voo para Guarulhos. Pela primeira vez em todo esse tempo, ouvimos muitos brasileiros desconhecidos falando em português. O primeiro impacto que tive foi a perda de privacidade. Em Québec posso dizer, por exemplo, para o Davi não perturbar as pessoas em português, que é o idioma que uso sempre para falar com ele, que elas não entendem. Quando disse para a Mônica trocar de cadeira com o Davi para ele não chutar acidentalmente a perna da moça em frente, ela fez uma cara de que não tinha problema. Também foi a primeira vez nesse tempo todo que ouvimos um anúncio de som em português.

Durante o voo longo e cansativo, uma aeromulher (não tinha idade para aeromoça) era brasileira e falava em português. As demais eram estadunidenses e falavam somente inglês. O cara que dava os avisos pelo som em português tinha um sotaque esquisito e cometia uns erros curiosos que dava a oportunidade de perceber mais ou menos como os outros me ouvem quando falo em francês ou inglês. Graças à almofada inflável de pescoço, pude pela primeira vez dar uns cochilos durante voos, o que aliviou um pouco o cansaço.

Meu primeiro contato com um brasileiro na chegada do aeroporto em Guarulhos foi frustrante. Nem no Brasil e em português estou livre de problemas de comunicação! O cara saiu com um grotesco:

-Judagabagash?
Não decodifiquei nem mesmo qual o idioma nessa primeira vez.
-Desculpe?
-Judagabagash?
Dessa vez eu percebi que era português mas ainda não tinha entendido absolutamente nada.
-Como?
-Judagabagash?
Hum...AHH!!! Ele deve ter dito: "Quer ajuda com a bagagem?". Nada de gentileza e sim serviço pago, claro!
-Não, obrigado!

Que tenha wifi gratuito ou pago, tudo bem. Mas o que me incomodou foi ver muita propaganda de wifi gratuito pela Infraero e nenhuma das redes funcionava. De cara logo, já dava um erro quando tentava acessar qualquer uma das duas. Depois percebi que elas tinham um sufixo da empresa Tim e de outra. A meu ver, não por coincidência, cada uma dessas empresas tinha sua própria rede wifi para seus clientes. Posso estar cometendo uma injustiça, mas acho que é um esquema somente de marketing para dizer que tem, mas não foi feito para não funcionar mesmo.

Em Fortaleza foi só alegria! Final da maratona de 22 horas e o reencontro com pais, irmãos e o primão Adney com sua família. Este inclusive, é da família quem mais curte a nossa imigração pela nossa felicidade. Chegando na casa dos meus pais, mais gente da família foi nos receber, com muita demonstração de carinho.
-Está aqui um carro para você fazer o que quiser com ele, ir para onde quiser, quando quiser. Fique com ele o tempo que vocês passarem aqui que será um prazer para mim. Disse o primo. Olhe, não sei nem como agradecer tanta gentileza de todo mundo!

4 comentários:

  1. Que delícia matar a saudade, receber esse carinho! Ótima estadia pra vcs:)

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  2. Quando eu morava fora e vinha ao Brasil eu sempre demorava um tempo para associar que não era para falar em espanhol com pessoas estranhas. Era tão difícil! Vivia falando "gracias" para todo mundo.
    A gente se habitua a falar em português só em casa, né?

    Aproveitem muito o sol de Fortaleza! E tomem muita água de coco!

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  3. Gostei do pombo bomba correio... espero que não tenham essa ideia. Estamos nos preparando para viajar e ficamos pensando quem seriam os primeiros a nos visitar... acho que no fundo sabemos que deveremos demorar um pouco para visitarmos a família.

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  4. Welcome back. Quero ver o post com as impressaoes depois do retorno!
    Bom aproveito.

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