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Nas placas dos carros do Québec, tem uma inscrição que diz "Je me souviens" (eu me lembro). Quem quiser saber um pouco da história que essa frase, tem este ponto de partida. No meu caso, a frase teve o significado de "eu ainda me lembro de como se dirige um carro!". Poxa! Desde que vendi meu carrinho lindo e amado, estava andando só de ônibus e a pé. Não que eu ache ruim. Pelo contrário, adoro andar. Mas também adoro dirigir.
Eu, como bom medroso (acreditem! Mesmo fazendo essa maluquice de imigração, sou muito medroso), não queria dirigir enquanto não lesse o manual de preparação para o exame de permis de conduire/carteira de motorista daqui. Ai vocês disem: Poxa! Tu é medroso mesmo! Dirigir é igual no mundo todo. Bem, aqui podemos dobrar à direita no sinal vermelho, a não ser que a placa diga que é proibido. Para complicar, na hora de dobrar, tenho que ler as instruções de dias e horários em francês! E o sinal piscando verde quer dizer que posso dobrar a esquerda sem medo, senão tenho que aguardar a vez, desde que não tenha outra placa sacana dizendo que é proibido de 07h00 a 09h00 e de 15h00 a 17h30, de lun (lundi/segunda-feira) a ven (vendredi/sexta-feira) exceto para ônibus e taxis. Isso é bom com o carro andando! Vejam um exemplo nesta foto:
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Outra diferença. O pedestre aqui tem a preferência. Se formos pegos não dando a preferência para eles, tome multa! Quase que não conseguimos passar entre os shoppings. Sempre tem gente querendo atravessar.
Mas legal mesmo é essa confusão de viadutos do mapa do começo do post. Isso para quem nunca dirigiu aqui, nem nunca passou por ele, à noite, sem ver faixas no asfalto e com os apressados querendo passar por cima, é legal pra caramba para pegar confiança.
Mas...o dever chama. Não teria como levar tantas compras de ônibus até o novo apartamento. Basta a televisão ou o microondas para inviabilizar. Por isso, aluguei um carrão. O cara me perguntou se eu queria um Impalá ou um Corrrrolá. O Impala, que eu saiba, é uma banheirona estadunidense. Neca! Depois que escolhi o Corolla, o safado disse: Ele é melhor porque tem GPS. Depois de muita briga, eu querendo que o GPS mostrasse o mapa e o curioso querendo saber para onde eu queria ir, resolvi fazer a vontade dele.
Sai devagarinho para sentir como é dirigir com o asfalto escorregadio e a tiazinha do GPS dando as instruções em inglês. Iamos nos entendendo bem quando no labirindo que falei, ela tasca um "turn right followed by keep on left... BEEP!". Hein?!? Quando o teecko e o teacko entenderam o que ela queria dizer, já tinha dobrado no lugar errado. Fucking tabernake (interjeição obsceno-blasfêmica multi-linguística) ! Parei o carro e vi como é que voltava, porque a tiazinha, com raiva de mim, parou de me dar as direções. Quando voltei para a o caminho, ela continuou.
Depois que cheguei na loja de móveis, que era afastada e mais difícil de encontrar, mandei a tiazinha pastar porque de Sainte-Foy (onde tem a Canadian Tire e os três shoppings vizinhos) para casa eu já conhecia bem.
Outras coisas curiosas em relação a carro aqui. Não tem aquele lance de "tenho que ir porque deixei as compras no carro e a comida vai estragar". Se não me engano, a temperatura do congelador é de -18 graus. Aqui faz menos que isso! Se esquecermos uma garrafa de água dentro do carro, podemos encontrá-la congelada. Mas depois de algum tempo, o aquecedor faz até calor e tenho que deixar só ventilando. Outra coisa curiosa é que todo carro daqui já liga os farois quando damos a partida (é lei), e quase todos eles são hidramáticos (câmbio automático). No inverno, é obrigatório o uso de pneus de neve. E mesmo com ele, o ABS dá as tremidinhas no pedal do freio de vez em quando. Não tem frentista nos postos de gasolina. Vou conversar com a pompe/bomba de essence/gasolina amanhã. Também achei esquisito o portamalas não abrir. O carro é novíssimo. Simples! Estava congelado! Só um jeitinho que abre. Hoje pela manhã, os vidros estavam com desenhos de cristais de gelo, atrapalhando um pouco a visão. Dei uma raspada no canto e vi que estava bem grudado. Para isso que serve os desembaçadores. Ainda bem! O carro tem um escovão próprio para tirar neve.
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E apesar de ser bem mais raro que no Brasil, tem artista no trânsito daqui também, mas bem menos audazes. Neste caso, era a vez dele antes da nossa.
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Estou pesquisando para ver se encontro uma seguradora que não exija carteira de motorista canadense para poder comprar nosso carro. É chato poder dirigir (3 primeiros meses com a carteira brasileira) e poder comprar um carro, mas não poder licenciá-lo por falta do seguro. Como também deixar a vaga do estacionamento vazia. E o Celta 2005 que vamos vender vira um Civic ou Corolla do mesmo ano, igual a abóbora que vira a carroagem da Cinderela. Se pensarmos mais além, os 10.000$ na verdade têm o peso de R$10.000,00 considerando que nosso salário também é pago em dólares.
Bem, segue mais uma fotonovela.
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Nao é Saint Patrick, é Saint Valentine.
ResponderExcluirDia dos namorados. Equivalente ao Santo Antonio do Brasil.
Já deu pra ver que sem atenção 100% dá pra fazer besteira no trânsito com tanta coisa pra prestar atenção.
ResponderExcluirE a vida segue...
Anônimo: Ops!! Foi mal. Já corrigi. Obrigado.
ResponderExcluirCésar: É mesmo. Mas acho que com umas voltinhas agente pega os macetes.
Ah... a vida de new comer... que saudades. hehehehe...
ResponderExcluirCara, quando eu cheguei aqui já comprei o carro e fiz o seguro com a portage mutual, mesmo sem carteira canadense.
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