quinta-feira, 28 de abril de 2011

Colocando o pé no chão


Agradeço muito toda a energia positiva de todos vocês que torcem por nós e comemoram cada conquista como se fossem de um irmão. É algo realmente forte e emocionante. De certa forma, os imigrantes e futuros imigrantes têm esses laços fortes que nos torna irmãos mesmo. Mas...
Desculpem ser estraga prazeres. É que vejo novamente a necessidade de colocar o trem nos trilhos para voltar a ficar de bem com a minha consciência. Sinto que mais uma vez estou criando uma imagem da imigração como um mar de rosas, uma panacéia, algo que é obviamente a melhor coisa a ser feita.
Infelizmente, a nossa história de imigração é totalmente atípica e não deve ser tomada como referência. Acho que não vão mais haver processos de imigração de somente 6 meses como o nosso.  É raríssimo ver alguém ser contratado ainda no Brasil, ainda mais com um bom salário que propicia uma boa qualidade de vida. Nem todo mundo se adapta tão bem, gostando do inverno e suportando bem a saudade. Muitos não conseguem comprar um carro e poucos conseguem comprar uma casa.
Não digo que não consigam uma boa imigração e sejam felizes. Mas não criem muitas expectativas com isso porque a decepção pode ser grande. Tem gente que volta imediatamente quando se vê em uma situação completamente diferente da sonhada e tem gente que vive maus momentos aqui. Já vi separações, gente à beira da falência, gente já com cidadania canadense voltando ao Brasil por não suportar a saudade, dentre outras histórias infelizes.
Uma estória mais típica de imigração que pode servir melhor de referência e que vai ajudar a ter expectativas mais seguras é a do casal brasileiro Patrick e Valéria na série de vídeos J'adopte un pays/Adoto um pais, primeira temporada. Vejam a série nessa página, na parte de baixo onde diz "Saison 1".
Vi essa série toda ao menos três vezes e me colocava na pele do Patrick em todas as dificuldades: quando fazia entrevistas de emprego e mal conseguia falar em francês, quando teve que lavar pratos para pagar as contas, quando alugou um apartamento pequeno e velho em um bairro longe e "violento" de Montréal, quando andava muito no frio do inverno, quando falavam de saudade, etc.
Lembro de ter lido em um blog uma postagem chamada reality check/checagem de realidade. O autor dizia para avaliarmos nossa empregabilidade e outros aspectos com uma visão mais crítica, sem a superestima que naturalmente criamos. Um teste exemplo é assistir filmes em francês e/ou inglês sem legendas para avaliar o aspecto comunicação.
Dessa forma, eu vim para cá com expectativas bem baixas e preparado para o pior. A probabilidade de uma decepção e volta ao Brasil é menor assim. O medo às vezes atrapalha, mas às vezes é quem evita que soframos. Relembrem a girafa: Cabeça nas núvens mas os pés no chão!

9 comentários:

  1. Por isso tenho certeza do nosso sucesso por aqui meu amigo. As coisas não são fáceis, mas com pés no chão vamos comemorando cada conquista conforme elas acontecem.

    E a vida segue...

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  2. Realmente temos que ter o pe no chão mas em relação ao casal em J'adopte un pays não pude deixar de notar 2 coisas, nunca foram no Canada antes, acho essencial que a pessoa conheçe o local antes de decidir qualquer coisa, e a segunda, o Patrick todo orgulhoso com a camisa amarela, logo na chegada vai logo com a camisa do Brasil, na minha cabeça isso mostra que ele não estava preparado.

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  3. Olá, na minha humilde opinião o fundamental e o planejamento com muito estudo e pesquisa, estou na batalha do aprendizado do idioma a 3 anos e ainda vou levar mais um ano e meio para ir embora do Brasil, o blog abaixo fala um pouco da experiência de quem voltou depois de um longo tempo no Quebec.
    http://desimigrante.blogspot.com/

    Abraços
    Fabiano Costa

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  4. Olá Alexei.

    Meu nome é Douglas e sou esposo da Érika, moça que tem renite alérgica e entrou em contato com voçê estes dias.

    Antes de tudo, quero parabenizá-lo, bem como toda sua família, pela coragem, foco e obstinação, por conta disso, gostaria de me socorrer de sua experiência "Girafaniana Canadensis" e, começar a tomar prumo desta situação que minha esposa começa a nutrir.

    Não nego que gostaria muito de ter esta experiência, ouço falar do Canadá, desde meus tempos de escola, é o segundo maior país do mundo, praticamente 1 milhão de quilometros maior que nosso país, enquanto temos cerca de 200 milhões de habitantes, o Canadá tem um pouco mais de 30 milhões.

    Seu verão é belíssimo, porém seu inverno tenebroso, "gosto demais do frio".

    Apesar de ser Santista de nascimento e residência, entendo que aí, o buraco, ou melhor, a "friaca" é bem mais embaixo, quer dizer "BEM abaixo de zero".

    A paisagem é exuberante e belíssima, o povo parece educadíssimo, os Ursos polares ficam longe de QuebeC, há infra-estrutura, transporte "Emprego" e, aí começa o perigo.

    Viajar para um país do outro lado do mundo, outra civilização, outros costumes, leis, direitos e deveres, um clima totalmente avesso de nossa realidade tropical, talvez, não sei, pessoas frias e distantes!?!?!?, sem o calor brasileiro, que recebe a tudo e a todos de braços E "pernas" abertos, são as primeiras barreiras a se enfrentar e, tudo que era lindo e esperançoso, começa a se tornar frio, cinzento e tenebroso.

    Tudo isso, é para perguntar, vale a pena?

    Confesso que nossa vida em Santos, não é uma das mais fáceis, há muita instabilidade, as oportunidade de empregos, geralmente são sub-emepregos, que não resolvem nada, eu E minha esposa, somos formados em direito, eu não exerci, ao contrário, minha esposa já exerceu até bem pouco tempo, quando foi demitida. Por conta disso, passamos por dificuldades até hoje, mesmo quando me coloco à disposição para realizar um trabalho com grau de instrução menor, MAS IRONICAMENTE GANHANDO UM POUCO MAIS, tenho dificuldade em ser aceito, por conta de minha formação, e, por isso, entendem que tenho que passar fome, dificuldades, não pagar minhas contas, já estou com o saco cheio, vou fazer 38 anos, agora em maio, a Érika, 35 em julho, não temos nada que nos prenda aqui, más, também não é por isso que me suicidarei em uma "aventura".

    Meu casamento é meu tesouro, imagino que é necessário uma preparação logística para tudo isso, não entendo quase nada de inglês, apesar de adorar aprender este idioma, o problema é financeiro mesmo, francês então, nem em pensamento, porém reconheço que seria maravilhoso aprender também, etendo que além disso, devo começar a pensar a médio e longo prazo, começar um curso profissionalizante em alguma área carente de mão de obra, não tenho medo de trabalho, tenho medo de não pagar conta, sou adaptável, más não conheço nada, livros de escola são bem diferentes do que a vida real e, resta a pergunta, o que fazer, como se preparar, um cronograma de 01 ano é pouco? temos uma indenização a receber, parece uma boa quantia, ao menos para nos prepararmos. Assim, peço sua orientação, sobre o que você faria em meu lugar.

    Agradeço por sua atenção.

    Douglas e Érika
    dougdfo@yahoo.com.br

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  5. Já sigo seu blog há um tempinho, desde que fiz o meu, e ando acompanhando suas postagens sobre a compra do imóvel com ansiedade e torcendo para que realmente dê certo. Gostei muito desse último post e, realmente, o caso de vcs é praticamente o PARAÍSO do imigrante:) É claro que tenho as minhas expectativas e sonhos, mas tento conter as gdes ambições e ilusões para não sofrer demasiadamente qdo, finalmente, nosso visto (meu e de meu marido) sair.
    Felicidades!!!Abraço!

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  6. Belas palavras Alexei,

    as pessoas que nos veem do Brasil nao sabem a o que passamos para chegar ate aqui e a maioria acha que tudo aqui e muito facil. Realmente o caso da sua familia foi o sonho de todo imigrante, infelizmente nao foi tao rapido comigo e minha esposa, se consegui emprego depois de 7 meses de Québec e 3 meses que minha filha tinha nascido, tinha dinheiro de economias no Brasil, mas elas vao secando(afinal de contas tem de converter), o desespero vai batendo e se voce nao estiver bem estruturado mentalmente, todo o projeto corre risco de ruir...
    Graças a Deus consegui um emprego em uma empresa perto de Ville de Québec e pude em fim respirar aliviado. A vida em Québec na minha modesta opiniao e melhor que em Montréal. Outra coisa que as pessoas devem considerar fortemente ao imigrar e 'NAO IR PARA GRANDES CENTROS DE INICIO', existem muitas vagas, mas a concorrencia e desleal.

    Obrigado Alexei pelo post e espero nos encontrarmos por Québec....

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  7. Realmente..
    imigrar não é para todos! Eu confesso que já assisti o documentario J'adopte un pays umas 6 ou 7 vezes... e sempre me emociono.
    Imigrar é dificil... temos que chegar aí o mais bem preparados possível! E ainda assim é normal passar por dificuldades...
    Abraços
    Monique Caetano
    http://vamosprocanada.blogspot.com

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  8. Olá! Adorei o post!!!

    Estou no processo de imigração também , à espera dos exames médicos. Sou de Fortaleza e moro em Brasília.Estou bem ciente das dificuldades que enfrentaremos no Canadá e vamos imigrar com os pés no chão. Estamos preparados!

    Gardene
    http://gardeneaguiar.blogspot.com

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  9. Oi Alexei, tudo bem?
    O Jeison me falou que você trabalha com Java e por isso estou escrevendo. Gostaria de te pedir uns conselhos e saber como é o mercado Java aí no Québec. Se você puder ajudar, ficarei imensamente agradecida!
    Obrigada!

    ps: em caso positivo, como eu poderia te passar meu e-mail ou msn?

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