terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sistema de saúde canadense, parte II



Continuação da parte I.

O Davi teve a primeira tudite (sinusite, laringite, faringite, otite, enfim, tudo) em um ano aqui. Em Fortaleza ele tinha ao menos 3 por ano. Mas dessa vez, teve otite e começou a chorar forte. Era por volta de 22h30. Liguei duas vezes para o Info-Santé e só ficava na espera. Resolvemos tentar o centro de saúde próximo daqui e fui lá com ele. Quando me vi evitando escorregar no gelo, no frio, com o Davi pesando no braço, chorando de dor, rondando o centro de saúde que estava fechado, confesso que bateu um certo desespero. Em Fortaleza eu sabia exatamente aonde ir, para quem ligar e isso me pesou na consciência. Mas Deus providencia. Entrei no carro e enquanto me dirigia ao hospital que lembrei, liguei para o Info-Santé mais uma vez. Uma mulher me atendeu e expliquei a situação. Ela perguntou o código postal e disse que o CHUL tem um centro de emergência com pediatria. Nessa hora o Davi já havia parado de chorar.
Da triagem, passando por fazer a ficha até o atendimento, passaram-se cerca de 20 minutos, o que não é muito, principalmente considerando que já eram 23h00. A emfermeira fez as perguntas, analisou o Davi e deu uma dose de Advil, um analgésico para crianças com gosto de uva. Mostrei o analgésico que tinhamos dado e ela disse que o Advil era melhor para a idade dele. Me recomendou ter em casa e confirmei com ela que aqui em Québec não tem farmácia 24 horas.
Em seguida, ela explicou que o remédio faria efeito por 6 horas e recomendou que ele dormisse em uma cama inclinada. Ela disse que como o quadro clínico dele não era mais grave e que já estava tarde, não achava interessante que ficássemos esperando no hospital. Ela marcou um rendez-vous/horário em uma clínica para a manhã seguinte.
Já nessa clínica, o horário marcado era às 10h20.  Às 10h50 perguntei à atendente se tinha algo errado ou o atraso era normal. Ela disse que não deveria, mas era normal. No final das contas, o médico que atendeu estava em uma sala que tinha escrito sem rendez-vous. Diz uma amiga minha que é estranho porque quando ela ia lá não tinha atrasos. O médico fez umas brincadeiras com o Davi, foi super atencioso e passou um antibiótico. Agora ele está bom novamente e derrubando o apartamento. O condomínio todo sabe quando a família de brasileiros chega em casa.
Em matéria de saúde, recomendo ao imigrante se informar bem de tudo o que pode lhe ser útil. No mais, o bom mesmo é ter uma vida saudável, sem estresse, com uma boa alimentação e exercícios. Como diz o ditado: An apple a day keeps the doctor away/uma maça por dia mantém o médico longe. Lembrei de uma amiga brasileira que quando perguntei como era o sistema de saúde daqui, respondeu: -Não sei! Moro aqui há 10 anos e nunca precisei usar!

Parte III

8 comentários:

  1. Que bom que esta tudo bem com seu garoto. Que susto!

    E a vida segue...

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  2. Caramba, 20 minutos? É o que eu costumo esperar c/ meu filho c/ meu plano privado. E olha que em dias ruins a gente espera de 30 a 40 minutos.

    -- Marc

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  3. Estar longe de "casa", em momentos difíceis, deve ser complicado, mas só a primeira vez, até descobrir o caminho das pedras... Gostei da frase: "Mas Deus providencia" (lembrei de outra frase: "ateu, graças a Deus"). Fico feliz que seu garoto esteja bem. Falei do seu blog para o Cláudio e o Josevaldo, que trabalham comigo.
    Lembranças para a família.
    Lúcia Regina

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  4. Que bom que o Davi está melhor...
    Sabe o que eu acho mais engraçado? é o povo reclamar tanto do sistema de saúde do Canadá... mas manda esse povo vir utilizar o SUS, que além de demorar, vc ainda morre na fila de tanto esperar... é tratado como lixo, o médico nem olha na sua cara... sei lá, esse pessoal que passa a vida reclamando, devem sentir vergonha de ter que encarar de frente o Brasil que eles tanto amam e ver qual é o Brasil de verdade onde eles sobrevivem... daí chegam no Canadá e querem que tudo seja para ontem... muito contraditório...

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  5. Fui na 1a consulta do médico de família essa semana - eu e meu marido ficamos impressionados com a clínica, com a atenção, os equipamentos etc e, detalhe, qualquer pessoa pode usar a tal clínica, não é só para endinheirados.

    Aqui em Ontario sempre falam dos "Health Care Options", como esse "disque-saúde" que você mencionou - é realmente importante saber quais são as opções e não esperar estar morrendo pra tomar um providência e ter que amargar horas na emergência (que, leia-se, deveria ser apenas para emergência mesmo).

    Que bom que está tudo bem ;-)

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  6. Obrigada pelo post!!! é como uma amiga que esta em Clagary disse: "às vezes vc espera pra ser atendido, mas TODOS esperam e no final TODOS sao bem atendidos". Querer perfeiçao tb é demais...

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  7. Olá!

    Tenho rinite crônica, e ultimamente tenho tido todas as "itis" possíveis.

    Estou interessada em imigrar com meu marido para Quebec, assim ...

    É possível sobreviver em Quebec mesmo sendo alérgica?

    Érika

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  8. Érika: A minha esposa e nosso filho tem rinite alérgica. Passaram um ano tendo bem menos problemas que tinham no Brasil, mas o Davi teve umas crises por esses meses. Ainda não sei o que mudou. Aqui é mais frio e seco, o que reduz umas causas de rinite, mas agrava outras. Mas ouço muitos comentários de melhoras em relação ao Brasil.

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