segunda-feira, 4 de março de 2013

Processo de cidadania - Déjà-vu


Como sabem, completamos 3 anos de Canadá e já temos direito a dar entrada no processo de cidadania. Isso porque também se passaram as duas semanas a mais que temos que descontar por termos estado no Brasil e mais um dia nos EUA. Desde que cheguei aqui, estava contando os dias para fazer isso. Mas quando comecei a pesquisar os detalhes, tive uma forte sensação de déjà-vu.

Para quem deu entrada até outubro do ano passado, a semelhança com o processo de imigração fica somente no prazo, que no presente momento, está em torno de dois anos. Para quem pretende continuar morando aqui, isso não incomoda tanto porque coincide com o final da validade do cartão de residente permanente.

Mas estou colecionando casos de decepção ao descobrirem que a situação começa a sair do previsto e ficar mais complicado. Dois amigos meus, um mexicano e um brasileiro, deram entrada em outubro. O mexicano mandou as fotos sem um carimbo de data atrás e o brasileiro esqueceu de assinar um formulário. Obviamente não puderam dar entrada no processo. Ao enviar pela segunda vez, o mexicano recebeu mais uma recusa porque a partir de novembro (não sei exatamente o dia), passou a valer o processo novo. O brasileiro soube antes de enviar pela segunda vez.

Segundo esse novo processo, ao invés do nível de proficiência de francês ou inglês ser avaliado na entrevista, agora temos que enviar um certificado de proficiência. Em teoria, isso não deveria ser um problema, pois eles aceitam os mesmos que foram feitos para o processo de imigração e os boletins/certificados dos cursos de idiomas normalmente feitos pelos cônjuges (francisação do MICC, por exemplo). A Mônica tem esse boletim com mais que a nota mínima.

Na prática, tem mais exceção que regra. Há 3 anos atrás, o nível de francês no processo do Québec era avaliado em uma entrevista e assim, muitos não têm certificado. E no caso do processo federal, que é o meu, fizemos o IELTS. O problema é que o British Council não emite outro certificado depois de dois anos do exame. E para me deixar mais chateado, o original com notas bem acima do mínimo está no mesmo CIC (Citoyenneté et Immigration Canada/Citzenship and Immigration Canada), mas ele próprio exige que eu mande outra cópia, pois é para outra finalidade.

Nessa página, temos os documentos aceitos como comprovação de proficiência e nessa, temos o fluxograma de casos para determinar qual certificado é aceito em cada situação.

Para piorar, discutimos em uma lista de brasileiros, pesquisamos, o mexicano chegou a ligar para o CIC mas não tem jeito. Quem mora em Québec tem que ir fazer o exame em Montréal. Aqui em Québec, existem entidades para fazer os testes de francês TCF e TFI, que são aceitos caso tenham sido os do processo de imigração. Mas não podemos fazer um deles agora para a cidadania. Os únicos aceitos nesse caso são o TEF/TEF-AQ, IELTS e CELPIP (dois últimos em inglês). E nenhum deles estão disponíveis aqui em Québec. Isso significa pagar 260$ e ir fazer o exame em Montréal.

E talvez sem relação direta com a mudança no processo, mas pelo que me disseram, nem a prova e entrevista, nem a cerimonia que oficializa a cidadania não são mais feitas em Québec. Isso significa que terei que ir três vezes a Montréal para me tornar cidadão. Tudo bem que Québec é uma cidade pequena comparada com Montréal, mas câlice/PQP, aqui é a capital da província e tinha isso aqui!

Se vocês pararem para pensar, está ficando mais parecido com a via crucis do processo de imigração. Em parte, pagamos o preço da fraude de outros. Mas não vai ser por isso que vamos desistir! Quem teve a paciência de fazer uma vez pode fazer novamente. E pela última vez!